Foto: Edson Silva |
Depois de ver esta imagem, no Facebook
sobre a conclusão da capelinha ao fundo, lembrei do meu passado na cidade. Então
gostaria de compartilhar uma historinha sobre este lugar.
Eu andei muito de skate neste lugar,
aprendi a tirar rockslide no meio-fio depois daquele porte, treinava muito ali
antes de ir para uma barra de ferro localizado na quadra da praça. No outro
lado deste lugar tem a igreja Nossa Senhora das Graças. A calçada desta igreja
era um obstáculo onde a gente se aventurava em subir e descer arriscando algumas
manobras. Aos mais atentos percebiam que os degraus da igreja estavam deformados,
resultado dos slides e crooks que nós tirávamos nela.
Certa vez, lembro de uma leve
discussão com um dos padres daquela paróquia, e não recordo o nome dele, mas
lembro que as minhas amigas se referiam a ele com muito entusiasmo pelo fato
dele ser um daqueles padres galãs Rs. Ele me cobrava respeito e reverência à
casa de Deus, e que não deveria andar na calçada da igreja, eu argumentava que
tinha “permissão” para andar ali (mentiiiiira), ele me contrariava dizendo que
não tinha, então eu falava: _ “Bem na verdade até agora ninguém nunca tinha
dito nada, então isso soava como uma permissão Rs”. Mas no final ficou tudo bem,
a pesar de tudo o padre me tratou com muito respeito, eu disse que não andaria
mais (por hora rs), pois não dava pra prometer algo, pois aquela calçada fazia
parte da nossa sessão de skate, era um convite natural para pelo menos tirar um
ollie, uma vez que o Oiapoque nunca foi beneficiado com uma pista de skate, aproveitávamos
tudo que dava para se aventurar de skate.
Porem, o que mais chamou minha
atenção foi ver este lugar da capela, pois lembro que às vezes eu ficava nesta região
deitado durante a noite depois das sessões de skate, algumas vezes apenas cansado
e outras entorpecido, naquele “gramado” que se estendia da calçada da paróquia até
ao meio-fio. Ficava meditando sobre a vida, o futuro, sobre Deus e o que ele me
reservava ou no mínimo tentando encontrar o sentido da minha existência naquele
lugar chamado OIAPOQUE. Depois de algum tempo me envolvi com a juventude da
igreja São Benedito, em que tempo depois me via envolvido em um dos cargos da
coordenação da Pastoral da Juventude na época, bons tempos. Anos depois tive que mudar para outro Estado,
e nessa nova caminhada além do amadurecimento houve muito conhecimento acerca
de Deus, e com isso uma liberdade tão assombrosa que não hesito em questionar
certas colunas da sociedade em nome de uma fé simples e genuína.
Mas aquele lugar sim fez parte da
minha reflexão sobre a vida, sobre o futuro e sobre Deus.