segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O DEDILHADO!



Já faz um mês que mudei para este apartamento. Eu gostava do meu antigo cômodo, ficava num bairro bem localizado, onde tinha tudo praticamente, quase não me deslocava para a área central da cidade. Não que esteja reclamando do novo domicílio, mas toda mudança exige tempo para a adaptação. Este apartamento no segundo andar, tem uma varanda que dar para visualizar, distante, as decolagens no aeroporto. Admito que é um momento deslumbrante e nostálgico. Pois transportes de longa distância sempre me faz lembrar de casa.

...aah Oiapoque quão confuso é a atualidade, outrora queria desesperadamente te abandonar, e hoje me pego perdido em lembranças vivas do aconchego da família e do lar. Saudade da família, de alguns amigos, de caminhar as tuas ruas, de se molhar nas tuas chuvas, da calmaria da rotina que um dia cheguei a destetar...

Mas hoje estou aqui nessa cidade quente e abafada, em que tuas elevadas temperaturas fazem tudo ser mais intenso. Bom chega, vou entrar e pegar meu violão. Faz tempo que não pego ele, e agora me parece um momento bom para praticar. Ao pegar meu violão apago a luz e me deito no meio da sala, aos poucos vou fazendo alguns acordes.

...mas antes, eu acredito que dentro de cada ser pulsa um determinado dom. Que se você se lançar a aperfeiçoá-lo com os instrumentos que a nossa sociedade já despõe, você será uma ótima ferramenta de comunicação, e com isso exalar suas impressões melhorando ou deixando o mundo pior do que está. Contudo boa parte da jornada do ser humano consiste na busca do autoconhecimento, tanto das qualidades quanto das limitações, e não só em se conhecer, porém em aceitar a si mesmo... 

E nesse lugar secreto, no tocar do violão, ao mesmo tempo que entoado é uma canção a Ti! Oh meu Conselheiro! Oh meu Guia! Oh meu Rabi! Eis que algo acontece que da paz e segurança encheu meu coração de grande medo, e de um desespero me fez imediatamente sair do lugar secreto para a luz do ambiente visível da sala. 

...enquanto tocava, senti a sua chegada. A sua presença tão inconfundível como o perfume doce que chega primeiro, ou da passada, daquela linda amada. De costume me dediquei a convencê-lo de ficar um pouco mais, te bajulei, te exaltei. Nada fora do comum, a não ser...Meu Deus! O que é isso? Uau! Minhas mãos ganharam vida próprias? Por que não atende o meu comando e agem por si só? Que dedilhado! Que acorde novo é esse? Nunca ouvi tocar antes. E agora a sensação de euforia contagiante está passando e o medo toma conta do meu corpo, ao perceber que minhas mãos tocavam sozinhas um dedilhado que nunca ouvi antes, imediatamente levantei e acendi a luz da sala indo as pressas para o quarto chocado com essa experiencia...

Foi como uma possessão dessa vez. Algo inédito, a Tua presença sempre gerava acontecimentos exclusivos, mas agora foi algo assombroso, não esperava por isso. Que saber? Vou dar um tempo disso, preciso me ater as coisas comuns do dia a dia.

A. A.

domingo, 6 de novembro de 2016

A DIOCESE DE MACAPÁ


Éramos o grupo de jovens da cidade, representando o Oiapoque no encontrão anual da juventude católica amapaense, na capital Macapá. Não me recordo com precisão o tempo exato de tais acontecimentos, mas palpitarei entre os anos de 2005 a 2006, época que tinha em torno de 16 a 17 anos.

Tinha 15 anos quando me envolvi com o grupo de jovens da comunidade São Benedito, e o grupo de jovens chegou na minha vida numa ocasião muito oportuna, pois estava passando por um momento delicado. Com passar dos anos vimos uma juventude se levantar na igreja católica, havia jovens se reunindo nas cinco comunidades da igreja: Nossa Senhora das Graças, São Benedito, São Raimundo Nonato, Pertinho do Céu e no INFRAERO. A Pastoral da juventude ganhou cara novamente, havia muito envolvimento, muitas atividades, guiados por um coordenador que gostava do que fazia.

E nessas circunstâncias de dedicação, a paróquia decidiu enviar uma caravana de jovens para representar a cidade na capital. Em Macapá ficamos alojados num dos recintos da igreja, localizado no bairro Jesus de Nazaré, na diocese de Macapá. Era um lugar muito grande, com a igreja na frente e atrás um grande terreno. O local agrupou jovens das diversas regiões do Amapá. O lugar era maravilhoso, com uma paisagem arborizada, ventilado e muito calmo. As programações do encontro foram realizadas de várias maneiras, dentro e fora do alojamento.

De um modo geral foi uma experiência e tanto esse deslocamento de cidade, está entre jovens de outras regiões, que compactuavam do mesmo entendimento de fé. Mas presenciei nesse retiro jovens se edificando, ao mesmo tempo jovens em atitudes reprováveis como nos encontros causais as escondidas. Contundo, um fato inexplicável me marcou nesse encontro, fato que não tive coragem de compartilhar com o grupo que estava comigo, e nem com ninguém, só depois de anos que relatei sobre isso.

Era um domingo de manhã, o ultimo dia do encontrão, havia uma missa programada dentro do alojamento, num local reservado para missas ou eventos afins, era um grande salão na verdade, atrás desse salão havia outra sala, uma espécie de capelinha. Houve uma ocasião  em que precisava  de ajuda para trazer algumas cadeiras especificas para o salão, juntamente com meus amigos nos disponibilizamos para ajudar e adentramos a capelinha, logo que entrei fui tomado por uma sensação muito estranha, e que gerava um temor que ia crescendo em mim.

Fiz duas entradas nessa sala. Na primeira meu corpo logo sentiu essa estranha vibração, mas sair acompanhado e deixei as duas cadeiras no salão e a sensação logo tinha cessado, mas tive que retornar, e infelizmente só restavam duas cadeiras e que eu devia pegá-las. Dessa vez entrei sozinho e aquela vibração logo me possuiu. Na primeira entrada, tomado pelo o medo não me atrevi a contemplar aquela capelinha, mas na segunda entrada me aventurei a olhar mais detalhadamente tudo ao meu redor. Tudo parecia normal até que ao levantar a cabeça vi uma grande pintura na parece, nesta pintura havia os seus detalhes, porém uma única imagem chamou a minha atenção, uma grande cruz e nela a pintura de um homem, sim simbolicamente o Cristo. O meu olhar foi de encontro ao seu, e em seguida perdi as forças, cair como morto de joelhos e cabeça no chão. Não conseguia me levantar e não me atrevia a olhar para aquele homem, era como um esquadrilhamento do meu intimo, e ver todas as coisas sujas que estavam lá. Aos poucos via me recompondo, levantei, peguei as duas cadeiras e sair da capela sem olhar para a imagem, tão assombrado que não via hora de partir desse encontrão e sair desse lugar. De longe olhava a porta da capelinha do salão sem nenhum interesse, nem mesmo pela missa celebrada pelo o bispo Dom Pedro José Conti.

Quando tudo terminou, voltamos para o Oiapoque, cada um marcado de alguma forma pela experiência de um encontrão juvenil. Nunca comentei com eles sobre esse incidente, depois de anos que mencionei para alguns esse relato, numa daquelas conversas sobre a vida. Porém ainda hoje não encontrei uma explicação para isso. Seria algo do bem ou do mal? Uma visitação de luz ou das trevas?

O fato é que sucumbi, na bíblia há relatos como o de João que caiu como morto na visitação de Jesus em Apocalipse. Eu tenho uma linha de raciocínio ao meditar minha vida de maneira geral e que compartilho na oportunidade de uma boa conversa sobre o mundo metafísico. Mas ainda hoje me recordo desse dia, em que um adolescente sucumbiu ao se deparar com uma imagem daquela, seguido antecipadamente por uma estranha sensação.

                                                       Autor Anônimo.


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A BOLA DE FOGO



Em 1963, no ano que aqui cheguei, no porto da base, que fica em frente a são Jorge (do lado Francês), apareceu uma bola de fogo. Muitas pessoas viram isso acontecer.

Moravam no porto da base, aproximadamente seis famílias:

    1.      O senhor Filambre (funcionário da FAB, já falecido);
    2.      O senhor Raimundo Malafaia/Creusa Gonçalves;
    3.      O senhor Antonio de Oliveira/Jacira Malafaia;
    4.      O senhor Vicente Martin /Antonio Martins;
    5.      A senhora Marieta Gonçalves e
    6.      A senhora Nazaré Gonçalves/Adamor/Claudomiro.

Numa noite escura, estávamos todos reunidos na residência de um dos moradores, o senhor Filambre, para uma comemoração e esperávamos dois convidados, amigo do dono da casa para se fazerem presente em nosso meio, pois os mesmos viriam do destacamento, que era o sargento Dalmo e seu amigo.

E já estava ficando muito tarde e os convidados não chegavam, pois já estávamos ficando preocupados com a demora, então começamos a olhar várias vezes para a porteira que tinha logo na entrada e não aparecia ninguém chegando, nem uma luzinha qualquer, nada.

Mais tarde, alguém gritou. Aí vêm eles! Todos olharam e avistaram um foco, tipo lanterna, e acreditando que seriam os convidados esperados por todos. Então ficamos esperando chegar mais perto, logo aquele foco pequeno foi crescendo, crescendo e ficando cada vez maior vindo em nossa direção.

Logo vimos que parecia com uma bola de fogo e cada vez maior, então pensamos logo que aquilo não era o que estávamos esperando.

Para que aquela coisa não viesse mais para o nosso lado, tivemos que fazer o sinal da cruz várias vezes, desconjurando-o dizendo: Cruz Credo! Cruz Credo! Cruz Credo!

E foi aí que tomou outro rumo, dobrando em direção ao igarapé e sumido adentrou no mato. Fazendo um grande barulho quebrando os matos por onde passava.

Rosemary Costa

O texto foi retirado do livro Martinica Ontem da professora Rosemary Costa. A pesar de alguns erros encontrados no livro, tentei ser fiel ao que está escrito nele. A finalidade dessa postagem é apenas captar relatos assim ocorridos na nossa graciosa cidade do Oiapoque.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

100 ANOS

Para alguns tataravó (trisavó).
Para uns bisavó.
Para outros avó.
E Para os remanescentes mãe.

Acreditem no que direi, o sangue é forte e a linhagem é duradoura.


Nascida na aldeia de kumenê no município do Oiapoque, Maria Gomes Narciso, completou no dias 14 de março 100 anos de idade. Atualmente reside com sua filha em Macapá, capital do Amapá.


sábado, 23 de julho de 2016

UMA VOLTA AO PASSADO!

Foto: Edson Silva

Depois de ver esta imagem, no Facebook sobre a conclusão da capelinha ao fundo, lembrei do meu passado na cidade. Então gostaria de compartilhar uma historinha sobre este lugar.

Eu andei muito de skate neste lugar, aprendi a tirar rockslide no meio-fio depois daquele porte, treinava muito ali antes de ir para uma barra de ferro localizado na quadra da praça. No outro lado deste lugar tem a igreja Nossa Senhora das Graças. A calçada desta igreja era um obstáculo onde a gente se aventurava em subir e descer arriscando algumas manobras. Aos mais atentos percebiam que os degraus da igreja estavam deformados, resultado dos slides e crooks que nós tirávamos nela.

Certa vez, lembro de uma leve discussão com um dos padres daquela paróquia, e não recordo o nome dele, mas lembro que as minhas amigas se referiam a ele com muito entusiasmo pelo fato dele ser um daqueles padres galãs Rs. Ele me cobrava respeito e reverência à casa de Deus, e que não deveria andar na calçada da igreja, eu argumentava que tinha “permissão” para andar ali (mentiiiiira), ele me contrariava dizendo que não tinha, então eu falava: _ “Bem na verdade até agora ninguém nunca tinha dito nada, então isso soava como uma permissão Rs”. Mas no final ficou tudo bem, a pesar de tudo o padre me tratou com muito respeito, eu disse que não andaria mais (por hora rs), pois não dava pra prometer algo, pois aquela calçada fazia parte da nossa sessão de skate, era um convite natural para pelo menos tirar um ollie, uma vez que o Oiapoque nunca foi beneficiado com uma pista de skate, aproveitávamos tudo que dava para se aventurar de skate.

Porem, o que mais chamou minha atenção foi ver este lugar da capela, pois lembro que às vezes eu ficava nesta região deitado durante a noite depois das sessões de skate, algumas vezes apenas cansado e outras entorpecido, naquele “gramado” que se estendia da calçada da paróquia até ao meio-fio. Ficava meditando sobre a vida, o futuro, sobre Deus e o que ele me reservava ou no mínimo tentando encontrar o sentido da minha existência naquele lugar chamado OIAPOQUE. Depois de algum tempo me envolvi com a juventude da igreja São Benedito, em que tempo depois me via envolvido em um dos cargos da coordenação da Pastoral da Juventude na época, bons tempos.  Anos depois tive que mudar para outro Estado, e nessa nova caminhada além do amadurecimento houve muito conhecimento acerca de Deus, e com isso uma liberdade tão assombrosa que não hesito em questionar certas colunas da sociedade em nome de uma fé simples e genuína.


Mas aquele lugar sim fez parte da minha reflexão sobre a vida, sobre o futuro e sobre Deus.

NOTA IMPORTANTE!

Bom moçada, gostaria de informar que por hora tenho me dedicado mais as redes sociais Facebook e Instagram. Lá temos mais conteúdo a disposição, e também são os canais por onde o cidadão oiapoquense mais se conecta, então juntando o útil ao agradável é que tenho me dedicado mais por essas vias sociais.

Caso você esteja vendo esta postagem, recomendo as nossas séries no Facebook:








Nossa página dispõe de um vasto material informativo acerca da cidade, desde o nosso hino até vídeos de entretenimento. Temos conta no YouTube, Instagram e no Facebook. Conheçam nosso trabalho, curtam e compartilhem.

Obrigado, e até mais. 

sábado, 21 de maio de 2016

BALNEÁRIO PANTANAL



Quero expressar meu sentimento, ao mergulhar no tempo, revendo na minha memória essa imagem, retratando um dos entretenimentos da população oiapoquense no passado, o antigo balneário Pantanal.

Hoje o cenário é outro, uma imagem não tão agradável a meu ver. Foi retirado da população um lugar de lazer e bastante frequentado no passado, era um dos pontos de encontro do pessoal durante ou no final de semana, assim como a nossa praça. E foi colocado nesse balneário aquele maldito projeto Orla, que além de nunca ter sido concretizado, só está servindo para degradar ou deixar a paisagem ainda mais péssima na beira rio, contaminando a água com lixo e os dejetos humanos. Um lugar a onde todos no passado deram no mínimo um banho e me pergunto hoje quem teria coragem de levar a sua família para se divertir naquele lugar?



E agora depois de anos meditando acerca desses projetos, e principalmente o da Orla, percebo que no fundo isso nunca foi uma desejo popular, de adquirir o projeto que em maquete é grandioso e belo demais para a pacata cidadezinha de Oiapoque. Que realmente esse projeto só foi mais um meio de se desviar dinheiro em mais uma daquelas velhas práticas políticas de superfaturar obras públicas e por aí vai.



Não estou dizendo que o projeto concretizado não embelezaria a cidade fomentando a economia local através do turismo, e claro presenteando os cidadãos oiapoquenses com uma bela imagem, porém nos atemos aos fatos, a quanto tempo esse projeto está parado? Onde estão os responsáveis para a sua concretização ou cadê os órgãos competentes para por em andamento esse projeto ou ao menos informar a população do atual Estado de sua paralisação?


Não! Não! Isso não foi um desejo popular. Simplesmente um dia nós banhávamos num lugar agradável, e de repente o mesmo foi interditado pelo o Estado, nos presenteando com o tempo com aquele ambiente nada bonito e atraente.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

NATAL E VIRADA DE ANO OIAPOQUENSE!

Olá moçada, apesar de já ter passado esses momentos tão preciosos do ano, não poderia deixar de fazer aqui, um registro de como foram esses eventos no nosso município em 2015.

Houve muita especulação em torno dessas datas comemorativas, sofrendo o risco de não termos nem se quer uma comemoração, simples que fosse, na virada para o ano novo. Contudo, apesar do dizeres e das mudanças de última hora, aconteceu uma singela explosão de fogos de artifícios na virada.

E o nosso Natal, não sendo aquela ornamentação deslumbrante que envolvesse a cidade toda, porém digo com muita certeza e satisfação que ao longo dos anos, essa data no município tem se valido de muita criatividade nas ornamentações natalinas.

Segue-se abaixo imagens dos bastidores da ornamentação, as ornamentações natalinas e do festejo singelo da virada do ano no nosso município.







Esse é o lado que quase ninguém ver, o trabalho pesado que da vida as ornamentações natalinas. Em parceria da sociedade oiapoquense com a Secretaria de Turismo da nossa cidade foi possível arrecadar as garrafas para embelezar alguns pontos da cidade, em torno de 10 mil garrafas foram arrecadadas.











  






  






E encerramos o ano, com a nossa  tradicional comemoração de passagem com uma pequena explosão de fogos.





Aqui uma pequena filmagem da explosão.


Créditos especiais à Adriana Franklim Millecam secretária de Turismo de Oiapoque e a Andressa Rhaelle Soares pela autoria das imagens.

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