Éramos o grupo
de jovens da cidade, representando o Oiapoque no encontrão anual da juventude
católica amapaense, na capital Macapá. Não me recordo com precisão o tempo
exato de tais acontecimentos, mas palpitarei entre os anos de 2005 a 2006,
época que tinha em torno de 16 a 17 anos.
Tinha 15 anos
quando me envolvi com o grupo de jovens da comunidade São Benedito, e o grupo
de jovens chegou na minha vida numa ocasião muito oportuna, pois estava
passando por um momento delicado. Com passar dos anos vimos uma juventude se
levantar na igreja católica, havia jovens se reunindo nas cinco comunidades da
igreja: Nossa Senhora das Graças, São Benedito, São Raimundo Nonato, Pertinho
do Céu e no INFRAERO. A Pastoral da juventude ganhou cara novamente, havia
muito envolvimento, muitas atividades, guiados por um coordenador que gostava
do que fazia.
E nessas
circunstâncias de dedicação, a paróquia decidiu enviar uma caravana de jovens
para representar a cidade na capital. Em Macapá ficamos alojados num dos
recintos da igreja, localizado no bairro Jesus de Nazaré, na diocese de Macapá.
Era um lugar muito grande, com a igreja na frente e atrás um grande terreno. O
local agrupou jovens das diversas regiões do Amapá. O lugar era maravilhoso, com
uma paisagem arborizada, ventilado e muito calmo. As programações do encontro
foram realizadas de várias maneiras, dentro e fora do alojamento.
De um modo
geral foi uma experiência e tanto esse deslocamento de cidade, está entre
jovens de outras regiões, que compactuavam do mesmo entendimento de fé. Mas presenciei
nesse retiro jovens se edificando, ao mesmo tempo jovens em atitudes
reprováveis como nos encontros causais as escondidas. Contundo, um fato
inexplicável me marcou nesse encontro, fato que não tive coragem de
compartilhar com o grupo que estava comigo, e nem com ninguém, só depois de
anos que relatei sobre isso.
Era um domingo
de manhã, o ultimo dia do encontrão, havia uma missa programada dentro do
alojamento, num local reservado para missas ou eventos afins, era um grande
salão na verdade, atrás desse salão havia outra sala, uma espécie de capelinha.
Houve uma ocasião em que precisava de ajuda para trazer algumas cadeiras
especificas para o salão, juntamente com meus amigos nos disponibilizamos para
ajudar e adentramos a capelinha, logo que entrei fui tomado por uma sensação
muito estranha, e que gerava um temor que ia crescendo em mim.
Fiz duas
entradas nessa sala. Na primeira meu corpo logo sentiu essa estranha vibração,
mas sair acompanhado e deixei as duas cadeiras no salão e a sensação logo tinha
cessado, mas tive que retornar, e infelizmente só restavam duas cadeiras e que
eu devia pegá-las. Dessa vez entrei sozinho e aquela vibração logo me possuiu. Na
primeira entrada, tomado pelo o medo não me atrevi a contemplar aquela
capelinha, mas na segunda entrada me aventurei a olhar mais detalhadamente tudo
ao meu redor. Tudo parecia normal até que ao levantar a cabeça vi uma grande
pintura na parece, nesta pintura havia os seus detalhes, porém uma única imagem
chamou a minha atenção, uma grande cruz e nela a pintura de um homem, sim
simbolicamente o Cristo. O meu olhar foi de encontro ao seu, e em seguida perdi
as forças, cair como morto de joelhos e cabeça no chão. Não conseguia me
levantar e não me atrevia a olhar para aquele homem, era como um esquadrilhamento do meu intimo, e ver todas as coisas sujas que estavam lá. Aos
poucos via me recompondo, levantei, peguei as duas cadeiras e sair da capela
sem olhar para a imagem, tão assombrado que não via hora de partir desse
encontrão e sair desse lugar. De longe olhava a porta da capelinha do salão sem
nenhum interesse, nem mesmo pela missa celebrada pelo o bispo Dom Pedro José
Conti.
Quando tudo
terminou, voltamos para o Oiapoque, cada um marcado de alguma forma pela experiência
de um encontrão juvenil. Nunca comentei com eles sobre esse incidente, depois
de anos que mencionei para alguns esse relato, numa daquelas conversas sobre a
vida. Porém ainda hoje não encontrei uma explicação para isso. Seria algo do
bem ou do mal? Uma visitação de luz ou das trevas?
O fato é que
sucumbi, na bíblia há relatos como o de João que caiu como morto na visitação
de Jesus em Apocalipse. Eu tenho uma linha de raciocínio ao meditar minha vida
de maneira geral e que compartilho na oportunidade de uma boa conversa sobre o
mundo metafísico. Mas ainda hoje me recordo desse dia, em que um adolescente sucumbiu
ao se deparar com uma imagem daquela, seguido antecipadamente por uma estranha
sensação.
Autor Anônimo.
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