domingo, 10 de agosto de 2014

LENDAS OIAPOQUENSE

Olá moçada!! Sejam bem-vindos ao blog. Esse post será sobre algumas de várias lendas do nosso município.

Antes gostaria de dizer que lenda é lenda, ou seja, uma narrativa fantasiosa transmitida pela tradição oral através dos tempos.

Não se espera encontrar muita coerência nessas histórias, mas o fato mais importante a se destacar é que muito nasceram ouvindo essas histórias assim como outras. E todas, exceto a do Cavalo Branco, podem ser encontrados no livro Martinica Ontem da Professora Rosemary Costa, encontrado em algumas lojas do Oiapoque.

Tive que fazer algumas mudanças, em função da ortografia, mas tentei ser o mais fiel possível daquilo que está escrito no livro. A partir da página 75, as lendas tiveram colaboração da professora Terezinha Maciel Feitosa. Quem conhece as professoras acima citado, reconhecem o profissionalismo de ambas, sendo as minhas professoras no Ensino Fundamental, dando assim certa credibilidade as lendas abaixo.

Então, espero que gostem do que irão ler. As imagens são ilustrativas, não sendo encontradas no livro. No mais, muito obrigado por acessar a blog.




A LAVADEIRA


Os antigos contam que, existia na cidade um casal muito apaixonado, que de vez em quando ia lavar roupa na pedra da lavadeira, como era chamada uma pedra grande que tem abaixo da morna.


Esse casal, de vez em quando, iam lavar roupa nesta pedra. Pois já estavam acostumados, assim com outros também.

Num certo dia, seu marido passou da hora de ir buscá-la. Como já era de costume, a levava pela manhã e buscava quase no final da tarde.

Quando ele chegou ao local do encontro, não havia mais ninguém, sua linda esposa já não estava mais lá. Dizem que ela foi encantada. Pois até hoje, nunca mais apareceu.

Algumas pessoas pensam que, alguém a levou em seu barco para Caiena (Capital da Guiana Francesa) Dizendo:

_Sai dessa vida! Vem morar comigo que eu te dou uma vida melhor.


Quem vai saber!!

Tudo indica que ela tenha conhecido um novo amor, ou seja, o Ricardão a arrastou consigo para bem longe.

Rsrsrs...isso soou engraçado.




O CAIXÃO


Antigamente, as pessoas falavam que um Caixão saía do Rio Oiapoque e subia a AV Barão do Rio Branco até a Igreja Nossa Senhora das Graças, para fazer a comunidade sentir medo e não sair de casa após as 18 horas.


E sendo assim, ninguém saía nas ruas nesse horário com medo de encontrar o tal caixão.

Mas, alguns bêbados sempre falavam:
_Um dia ainda vamos ver o que tem dentro desse caixão.

As pessoas mais antigas, diziam que ninguém podia bulir (Mexer, Inquietar, Aborrecer ou Tocar) aquele caixão, pois nele existia alguma coisa de muito ruim, que ainda ia acontecer a todos que aqui moravam.

Mas, alguns pescadores que vieram da vigia não obedeceram as regras ditadas pelos antigos, e encheram a cara para criar coragem e foram ver o que tinha no caixão, antes dele entrar na igreja.

E assim aconteceu. Quando os mesmos foram rumo ao caixão se aproximando para tocar-lhe, a porta se abriu e saiu batendo neles caindo no chão, e eles saíram correndo. Mas, correram tanto que até hoje nunca mais quiseram saber o que tinha no caixão.

Essa lenda com o tempo desapareceu.

Alguns contam que, o delegado da cidade, se aproveitando de um trágico acidente ocorrido com alguns garimpeiros que morreram no garimpo, hoje chamado de Vila Brasil. Acidente esse em que os corpos dos garimpeiros estavam sendo trazidos para o Oiapoque, mas que infelizmente alagaram-se na cachoeira aonde alguns caixões se perderam vindo parar na frente da cidade.

Então, juntando o útil ao agradável, o delegado não querendo ninguém nas ruas depois das 18:00 horas, usou essa estratégia do caixão para meter medo nas pessoas, que funcionou por algum tempo, até ser descoberto.

Mas que delegado de má-fé rsrs.




A LENDA DA MANDIOCA


Numa tribo de índios Tupis, a muitos anos atrás, nasceu uma linda indiazinha que recebeu o nome de Mani.


Mani cresceu fraquinha, quase não se alimentava e passava a maior parte do tempo deitada em uma rede.

Todos os dias, Mani recebia muitas visitas, pois estavam muito preocupados com seu estado de saúde.

O Pajé fez bruxarias para salvar Mani, mas não adiantou nada.


Mani morreu e foi enterrada ao lado da Oca em que moravam seus pais. Os pais de Mani inconformados com a morte de sua indiazinha, regavam o túmulo todos os dias e depois de algum tempo, nasceu ali uma linda plantinha.

Era uma planta forte e viçosa!

Passado algum tempo, os pais de Mani resolveram cavar no lugar onde a planta tinha nascido e encontraram umas raízes grossas da cor da terra, arrancaram as raízes. Ao quebrar uma delas, viu em seu interior uma polpa como a linda cor de Mani. Sua mãe cheia de alegria, exclamou!!

_ É Mani-Oca! É Mani-Oca.


E, desde aquele dia, a planta que nasceu no túmulo de Mani, ao lado da oca, passou a ser chamada por toda a comunidade de Mani-Oca, que em português significa Mandioca.

Até hoje a Mandioca é um dos principais alimentos do nosso indígena e até mesmo de nós, brasileiros.




A LENDA DO RIO OIAPOQUE


Os índios mais antigos costumavam contar a seus filhos e netos, uma lenda que aprenderam com seus antepassados. Trata-se do nascimento do Rio Oiapoque.

A lenda é a seguinte. Há muitos e muitos anos, numa aldeia, o povo passava fome porque a caça já estava escasseando e as árvores morriam por falta de chuva. Crianças adoeciam e os mais velhos, alquebrados pelas dificuldades, começavam a morrer.

Certo dia uma índia grávida chamada Adjaci, vendo que seu curumim certamente morreria de fome se nascesse em meio aquela miséria. Resolveu fugir da aldeia e procurar um lugar melhor para que pudesse ter sua cria.


Dias depois, longe de tudo, a indiazinha sentiu saudades do seu povo e começou a chorar, pedindo a Tupã que a transformasse numa cobra muito grande, para que pudesse andar pelas matas a procura de outro local onde pudesse ser construida a aldeia. Tupã, compadecido pelo ato de coragem, fez o que lhe foi pedido.

E foi assim que por meses, aquelas imensa cobra vagou em busca de algum lugar onde houvesse comida e água em abundância. Ela era tão imensa, que por onde passava deixava grandes sulcos na terra.


Um dia a índia transformada em cobra encontrou um vale muito bonito, com muita água, frutas e caça em abundância, voltando para avisar seus irmãos da tribo sobre o ocorrido. Era tanta a felicidade, que se esqueceu de pedir a Tupã que desfizesse o encantamento.

Bem próximo da aldeia, Adjaci sentiu as dores do parto e teve sua cria ali mesmo, no matão. Os índios vendo aquilo, mataram a criança, imaginando que fosse bruxaria. Adjaci ficou furiosa, mas não quis atacar seus irmãos da tribo.

Sentida com a morte da filha começou a chorar, e era um pranto tão sentido, tão violento, que as lágrimas, em cascata preencheram os sulcos deixados por ela, transformando-os em rio.


Adjaci não quis mais voltar a ser gente. Mergulhou nas águas e adormeceu no fundo do rio. Os índios garantem que na noite de lua cheia, nas águas se formam grandes rebujos. É Adjaci, transformada em cobra, suspirando pela falta da filha.

E quando ela chora, as águas voltam a subir de tal maneira, que alagam as ilhas próximas.

Por isso o lugar é chamado de Oiapoque, que na mitologia indígena significa rio da cobra grande.




A LENDA DA COBRA GRANDE


Certo dia, uma senhora estava trabalhando, ficou com muita sede e foi até o rio beber água, após tomar bastante líquido, sentia uma dor fortíssima em seu ventre, e ali mesmo deu a luz a uma cobra.

Seu primeiro desejo era de matá-lo mas foi aconselhar-se com o curador, o velho Pajé o lançou no rio. E lá se criou.

A cobra grande era um moço encantado, que gostava dos animais. O mesmo não gostava quando os pescadores iam pescar, ou seja, matar os peixes. Algumas noites ele deixava a sua pele, a casca de cobra na beira do rio e vinha visitar sua mãe a quem pedia encarecidamente que o desencantasse.
Antes do amanhecer, logo depois do cantar do galo, tinha que voltar a ser cobra. Era preciso que alguém lançasse umas gotas de leite na boca da cobra e desse um corte na cauda para sair sangue, assim desencantaria o moço.

Um dia sua mãe cansada de tanto pedir para que alguém ajudasse seu filho. Encontrou em Clevelândia um soldado corajoso, e fez-lhe o pedido.

 O soldado levou o leite e o sabre. A cobra era de meter medo, mas o soldado não teve medo. Afinal, estava armado. Atirou o leite na boca da cobra e com o sabre, abriu-lhe o corte. O sangue jorrou e o moço desencantou-se.

Acabou-se a Cobra Grande, que tanto medo trazia para os moradores do grande Rio Oiapoque, e por quem sua mãe chorou tanto, mas tanto querendo vê-lo gente e não um moço encantado.





A LENDA DO AÇAÍ

Há muito tempo na tribo dos Caiapós, teve uma grande seca, a comida estava acabando e os índios estavam morrendo de fome, porém a população da tribo aumentava cada vez mais.

O cacique Tupi avisou que, naquele dia em diante, toda e qualquer criança que nascesse morreria, pois do contrário a tribo desapareceria.

Iaçá, filha caçula do cacique Tupi, ficou grávida e escondeu sua gravidez durante os meses consecutivos na esperança de poder ficar com o filho.

Mas , antes de Iaçá dar a luz, Jacira e Jandira deram a luz a duas lindas meninas. O Cacique, por cima dos lamentos e amargura das mães as matou.

Iaçá deu a luz a um lindo menino na floresta e lá ficou durante sete dias e noites. Após os sete dias voltou para a tribo sem a criança. Trouxe a criança depois de um mês, e apresentou ao pai e a tribo, pedindo-lhes para que o filho ficasse na tribo, mas o pai por ser Cacique, falou no meio da oca:

_ Há luas atrás eu disse que toda e qualquer criança que nascesse, morreria. Assim como morreram as filhas de Jandira e Jacira, o mesmo farei com o filho de Iaçá.

Iaçá implorou ao pai e ao Deus Tupã que deixasse seu filho vivo, mas não foi atendida. E seu pai matou seu filho Tubiraçá.

Iaçá chorou por vários dias a morte de seu filho. No sétimo dia, após a morte do menino, Iaçá começou a ouvir choro de criança no lugar onde o filho havia morrido, mas não tinha criança alguma.

Até que um dia, ouvindo o choro de criança, pediu ao deus Tupã que deixasse seu filho vivo, e Tupã compadecido, atendeu a seu pedido. Iaçá, na ponta da maloca, viu uma grande luz e saiu. Para sua surpresa, no meio da oca lá estava seu filho.

Iaçá carregou a criança e agradeceu a Tupã por devolve-lo, porém quando percebeu, seus pés haviam se transformados em raízes. Ao levantar o filho, seu corpo transformou-se em uma bela palmeira e seu filho em um belo e lindo fruto.


Pela manhã, todos da tribo viram aquela bela árvore e o Cacique Tupi, agradeceu pelo belo fruto, mas o Pajé avisou: 

_Esta é Iaçá, que se juntou ao filho e nos deu um novo alimento.

Então a palmeira ficou conhecida como açaí, que é Iaçá.




O CAVALO BRANCO


Essa não é uma lenda, mas foi um fato ocorrido comigo na minha adolescência no Oiapoque. Numa certa noite cuidando dos meus irmãos mais novos, enquanto nossos pais saíram pra se divertir.

Eles acordam por volta da meia noite chorando, perguntando pela nossa mãe, tento acalmá-los dizendo que eles já estavam chegando, conforto-os dizendo que iria abrir a janela para ver se estavam chegando, nesse exato momento uma cavalo branco passa correndo a rua escura de casa, que era uma ladeira.

No momento que vi a cena fiquei meio estarrecido com a coincidência, ainda olho para trás dele pra ver se entendia o que fizera correr daquele jeito, muito veloz.

O cavalo era branco, corria sem nenhuma sela, como se fosse uma cavalo livre sem dono. Um cavalo reluzente no meio da escuridão, que era há uns 12 anos. Quando ele chega no topo da ladeira, preste a sumir, ele consegue achar meu olhar naquela escuridão toda, foi um momento assombroso, era como se ele soubesse que eu estava ali, que o observara correr desde o começo da ladeira e seu olhar soou como proposital, como se mandasse um recado.

No mesmo instante domado pelo medo, me recolho para o quarto fechando a janela imediatamente, pedindo aos meus irmãos silêncio porque algo acontecera. Quando abri a janela novamente, não esperava encontrá-lo, mas tentar entender ou ver algo que explicasse o motivo de um cavalo branco passar correndo daquele jeito naquele mesmo instante.

Porém nada foi visto, e ainda hoje tento encontrar alguém que tivesse observado um tal cavalo branco passar correndo por ai altas horas da noite. Ainda não consigo esquecer tal cavalo, dei aquela situação um significado espiritual, um piscar de Deus como sinal de sua proteção e favor. E quando vejo tudo que passei até hoje e ainda continuar correndo a corrida da vida, desfrutando dos favores do Senhor só consolido ainda mais tal significado.



3 comentários:

  1. Essa do cavalo branco me arrepiou 🥺

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  2. "Alegre-se, Celso Guês! O Senhor está com você!"
    Na esquina entre as ruas Casemiro de Abreu e Bartolomeu Ferreo em São Caetano do Sul - S.P., em Julho de 2018, ao comprar pão de um Moto Padeiro, estava também um senhor que recolhia papelão para vender em reciclagem, esse senhor comentou que era preciso comer muito pão para puxar o carrinho de reciclagem o dia inteiro, essa esquina localiza nos fundos de uma lanchonete chamada Tuscaloosa. Foi naquele momento que fui iluminado, mandando eu dizer para aquelas duas pessoas ( o padeiro da moto e o senhor que recolhia papelão), que Deus já está andando na Terra, Deus está conversando com as pessoas, analisando, assim como analisou em Sodoma e Gomorra. Eu fiquei com vergonha porque muitas pessoas falam que sou maluco.
    Após comprar o pão eu estava voltando para a casa, quando novamente iluminado,e pediram para ir a um interposto de reciclagem localizado no bairro Palmares na cidade de Santo André. Neste interposto eu teria que dizer ao responsável que algo muito estranho entrou neste estabelecimento, eu fui orientado a repedir essa mesma frase assim que o responsável desviar da resposta. Foi isso que eu fiz eu fui ao estabelecimento de reciclagem e para iniciar a conversa com a pessoa responsável eu comentei que estava atrás de um cano, um tubo de aço, depois fiz a pergunta que me pedirão “Que algo estranho entrou naquele estabelecimento”. A resposta dele foi que “muitas coisas estranhas já entraram aqui”. Assim eu novamente fiz a mesma pergunta, “Que algo estranho entrou naquele estabelecimento”. Foi ai que o responsável falou que a 4 anos atrás (2014) aconteceu algo muito estranho, um senhor muito alto entrou e queria comprar um cano em seguida disse “É muito mais fácil um filho enterrar um pai, do que um pai enterrar um filho”, e saiu do estabelecimento de reciclagem.
    O responsável pelo estabelecimento de reciclagem continuou dizendo que no outro dia o seu pai faleceu, a profissão de seu pai era engenheiro, ele estava com a saúde perfeita, era um homem forte e mesmo assim morreu sem ninguém saber o motivo. Minha conclusão que ocorreu um vinculo com o senhor que disse que queria comprar o cano, foi a mesma coisa que eu disse no inicio da conversa com responsável do estabelecimento que eu estava querendo um cano, assim está confirmado que Deus está andando na Terra desde “Julho de 2014”, e o “cano” é a ligação de tudo isso. ===> Nenhum anjo ousa perguntar a Deus o que ele esta achando da Terra, seria como interferir em sua opinião, está na Bíblia que somente Deus sabe quando será a tal dia. Deus mandou o espírito Santo avisar-me que já estava andando na terra em julho de 2014, e somente em julho de 2018 que eu fiquei sabendo, e em março de 2019, a humanidade agora está sabendo. Deus andando na Terra é algo que a humanidade estava esperando, assim como no ano zero a vinda de Jesus Cristo, na Terra.
    Tuscaloosa:- a) Os Choctaw, liderados por seu chefe Tuscaloosa, lutam contra o explorador espanhol
    b) A Trilha ou Caminho das Lágrimas
    === > c) O crítico :- A lenda do Cavalo de Vento dos Choctaw
    https://cavalo-de-vento.blogspot.com/2013/04/a-lenda-do-cavalo-de-vento-dos-choctaw.html

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  3. Usei seu post para um trabalho da minha escola,muito obrigado!

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