A
chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1088, alterou o cenário e gerou
repercussões importantes também na fronteira com a França.
Em
Retaliação à ocupação de Lisboa e irritado com os avanços franceses sobre a
fronteira franco-brasileira nos Tratados de Madri e Badajós, D. João VI se
aliou aos ingleses e tomou a Guiana Francesa.
Do
Rio de Janeiro partiram os bergantins voador e Infante D. Pedro. A Expedição
com 700 homens, liderados pelo tenente-general Manuel Marques, partiu de Belém
do Pará em 20 de outubro de 1808. Atingiram o cabo do Norte no dia 12 de
novembro e chegaram ao Oiapoque no dia 1 de dezembro do mesmo ano. Onze dias,
os moradores da margem francesa prestaram juramento de fidelidade a Portugal. Com
apoio da esquadra britânica e após fortes combates, os portugueses ocuparam Caiena em 12
de janeiro de 1809.
***
Terminada
a era napoleônica, um acordo entre Portugal e França devolveu a Guiana aos
franceses. Na ata final do Congresso de Viena, em 9 de julho de 1815, D. João VI
comprometeu-se a restituir a Luís XVIII a Guiana Francesa até o rio Oiapoque,
que Portugal sempre considerou como o limite fixado pelo Tratado de Utrecht.
Dois
anos depois, no Tratado de Paris, firmado em 28 de Agosto de 1817 entre
Portugal e França, D. João reafirmou o compromisso de entregar a Guiana à
França, no prazo de três meses. Novamente o limite era o rio Oiapoque. Os dois
países nomearam comissários para, em um ano, fixarem definitivamente os limites
das Guianas francesa e portuguesa, de acordo com o artigo oitavo do Tratado de
Utrecht. Se, ao final do prazo não chegassem a um acordo, Brasil e França
buscariam um novo trato, amigável, com a mediação da Grã-Bretanha.
Trecho do livro História de Oiapoque (Sonia Zaghetto),
página 50, parágrafos 1 a 3; Página 53, parágrafo 3 e 4.